terça-feira, 10 de março de 2015

REFLEXÕES

Biologia - Unidade 7 e 8

Foram sem dúvida alguma, as minhas unidades preferidas e acho que isso acabou por se reflectir no teste, subi muito a minha nota, "voltei aos eixos". Biologia não poderia ter terminado de melhor maneira!


Geologia
- Unidade 1

Finalmente voltámos à minha zona de conforto! Não sei se é por gostar mais de geologia ou não, mas sinto-me sempre mais confiante o que me ajuda a tirar melhor notas. 


Teste Intermédio

Foi um grande desafio, estava nervosíssima (outra coisa não seria de esperar), e cheguei a pensar que não o iria conseguir fazer, mas a verdade é que... não foi assim tão mau e consegui superar  as minhas expectativas.
Penso que este teste foi muito importante porque nos ajuda a ter uma melhor preparação para o Exame Nacional.


Final
Este foi de longe o período mais complicado porque já passei, e o que me assusta mais é que tenho a impressão que o próximo ainda vai ser pior. Acho que posso dizer que estou orgulhosa de mim, não só por ter sobrevivido mas por de certa forma ter descoberto aquilo que me faltava no primeiro período. Este período demonstrou-me que sou capaz de fazer qualquer coisa!

TEMA IV - Geologia, Problemas e Materiais do Quotidiano


Unidade 1 - Ocupação antrópica e problemas de ordenamento

As bacias hidrográficas, as zonas costeiras e as zonas de vertente constituem situações de risco geológico, nas quais uma intervenção qualificada e a adoção de medidas eficazes de ordenamento  do território podem contribuir para prevenir acidentes e reduzir perdas materiais e humanas.
O ordenamento do território é entendido como o conjunto de processos integrados de organização do espaço biofísico, tendo como objetivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as capacidades do referido espaço.


Bacias hidrográficas


A bacia hidrográfica é um área de território drenada por uma rede hidrográfica, por sua vez a rede hidrográfica é o conjunto hierárquico  de todos os cursos de água (regatos, ribeiros, ribeira e rio) que se ligam a um rio principal. Os cursos de água estão organizados hierarquicamente em que os de menor dimensão escoam a água para os de maior dimensão, por ação da gravidade, até desaguarem no mar.

Os rios são cursos de água superficiais e largos que podem desaguar noutro rio, num lago ou no mar.
O leito do rio é o espaço que ocupam as águas do rio.

- Leito ordinário: canal fluvial que habitualmente vemos quando observamos o rio.
- Leito de cheia: espaço ocupado pelas águas em época de cheias, quando a pluviosidade é muito abundante.
- Leito de seca: zona ocupada pelas águas, quando a quantidade destas diminui, por exemplo durante o Verão. 

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.1.html

A atividade geológica de um rio compreende
: a 
erosão, o transporte e a deposição de sedimentos. A ação erosiva é maior junto à nascente, onde os desníveis são maiores e o fluxo de água é maior. O transporte ocorre ao longo de todo o perfil longitudinal. A deposição acontece em maior escala em troços de menor energia das águas normalmente junto à foz.

Com a evolução do rio, este tende a ter um perfil longitudinal que tende para a regularização, diminuindo o declive e alargando as margens. Junto à nascente (MONTANTE), os vales são mais fechados e à medida que se desloca para a foz (JUSANTE), as margens são mais largas e mais aplanadas e os vales mais abertos. Os rios mais recentes têm vales encaixados e os mais antigos os vales são mais largos.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.1.html


Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.1.html

Cheias

As cheias são fenómenos naturais provocados por precipitação intensa de curta duração, por precipitação muito prolongada ou por fusão de gelo.
Durante uma cheia, o excesso de água faz aumentar o caudal dos rios e provoca o extravasamento das águas e a inundação das margens.
As cheias têm um grande impacto, quando há ocupação antrópica do leito de cheia.
A prevenção de danos materiais e humanos causados pelas cheias pode ser conseguida através das seguintes medidas:
- regulamentação da construção em leitos de cheia e da sua ocupação por outras atividades humanas;
- adoção de sistemas de regularização dos cursos de água, como a construção de barragens e de canalizações.


Barragens


Vantagens:

  • A geração de eletricidade;
  • Algum controle de algumas inundações;
  • Fornecimento de água potável/irrigação de campos agrícolas;
  • Recreação náutica/turismo.

Desvantagens:
  • A destruição de florestas e habitats selvagens que levam ao desaparecimento de espécies;
  • A degradação das áreas a montante, devido à inundação da área do reservatório;
  • A possibilidade de redução da biodiversidade aquática
  • Eliminação da vegetação nativa;
  • Alteração da fauna e flora regionais;
  • Problemas na saúde pública;
  • Alterações climatéricas;
  • Inundações por assoreamento dos rios.


Zonas Costeiras

As zonas costeiras são caracterizadas pela intensa ação da água do mar sobre o litoral, resultante do movimento da água devido às marés, movimento das ondas e correntes marinhas.Na vida da Terra, o nosso litoral já assistiu a várias subidas e descidas do nível do mar, alternância de: regressões, períodos glaciares e interglaciares o que faz com que o nível da água do mar desçatransgressões, períodos de fusão das grandes massas de gelo, o que faz com que o nível da água do mar suba, são responsáveis por estas alterações.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.2.html




Praia

Zonas baixas onde ocorre a acumulação de sedimentos, de dimensões variadas, a grande maioria dos quais de origem fluvial.

A maioria das praias é constituída por:
- Falésias ou arribas;
- Plataformas de abrasão marinha;
- Ocorre sedimentação das areias, junto ao mar.



Arribas

Costas altas e escarpadas, constituídas por material rochoso  consolidado e com escassa cobertura vegetal.

Praia de São Julião - Arriba fóssil
Fonte: 
http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.2.html


Plataforma de Abrasão


Superfícies relativamente planas e próximas do nível do mar onde se encontram sedimentos de grandes dimensões que resultam do desmoronamento das arribas.


 Plataforma de abrasão marinha (modelado cársico- campo de lapiás ) - zona do litoral de cascais - Guincho
Fonte: 
http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.2.html


Sedimentação das Areias

Ocorre mais junto ao mar e estas areias são trazidas essencialmente pela ação das marés.



Erosão costeira

Em Portugal, a linha da costa está a recuar em praticamente toda a sua extensão, ameaçando construções, colocando em risco a vida e os bens das populações e provocando desequilíbrios nos ecossistemas.


Causas

  • Libertação de dióxido de carbono da queima de combustíveis fósseis;
  • Desflorestação;
  • Incêndios que emitem grande quantidades de gases para a atmosfera e provocam o efeito de estufa;
  • Ocupação da zona do litoral com construções e estruturas de lazer que interferem no equilíbrio natural da distribuição de sedimentos ao litoral;
  • Barragens que aprisionam uma série de sedimentos nas suas albufeiras, sedimentos esses que deveriam ser depois encaminhados para as várias praias e que diminuiriam o efeito da erosão no litoral;
  • Destruição das dunas da praia quer pelo piso contínuo quer pela destruição das espécies vegetais que "consolidam", barreiras naturais que evitam a aceleração da erosão no litoral; 
  • Construção desenfreada junto à costa;
  • Exploração de matérias primas para a construção.

Para diminuir os estragos provocados pela natureza mas principalmente pelo Homem, têm surgido construções, supostamente protetoras das investidas do mar
:
  • Esporões - servem para reter areias e evitar erosão costeira;
  • Molhes - servem para proteger portos de abrigo, para manter a barra navegável;
  • Enrocamentos - estruturas em pedra sobre pedra que protegem as praias longitudinalmente (como se fossem paredes).


Zonas de vertente


As zonas de vertente são locais de declive acentuado onde os fenómenos de erosão são particularmente intensos. Nestas zonas, existe um risco elevado de movimentos de massa que são deslocamentos bruscos de uma grande massa de materiais sólidos em terrenos inclinados.
Numa vertente, atuam duas forças opostas: a gravidade e o atrito. Quando a força da gravidade "vence" o atrito, estão criadas as condições para a ocorrência de movimentos de massa.

Existem dois fatores que são responsáveis por este movimento de massa:



  • Os fatores condicionantes que correspondem a condições permanentes e fortemente condicionados pela ação da gravidade;


  •  Os fatores desencadeantes que resultam de uma alteração brusca nas condições da vertente.


Fatores Antrópicos
A ação humana também favorece a ocorrência de movimentos de massa nas seguintes situações:
  • destruição da cobertura vegetal dos terrenos, com consequente aumento da erosão do solo;
  • remoção, não controlada, de terrenos para urbanização ou abertura de estradas;
  • saturação dos terrenos por excesso de irrigação.

Medidas Preventivas


A prevenção dos movimentos de massa pode fazer-se através das seguintes medidas:
  • elaboração de cartas de ordenamento do território, com definição de áreas apropriadas para diferentes atividades humanas;
  • elaboração de cartas de risco geológico;
  • remoção ou contenção dos materiais geológicos que possam constituir perigo. A contenção pode ser feita através de muros de suporte (com ou sem drenagem de águas), de redes e de pregagens.
Unidade 8 - Sistemática dos Seres Vivos

A sistemática é o ramo da Biologia que se ocupa do estudo das relações evolutivas dos seres vivos e da sua classificação. A sistemática, por vezes, confunde-se com a taxonomia, que é o ramo da Biologia associado à classificação biológica dos seres vivos.


Sistemas de classificação


Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/

Os sistemas de classificação dos seres vivos têm sofrido grande evolução ao longo do tempo. Os primeiros sistemas de classificação eram práticos, pois, para além além de serem subjetivos e empíricos, ignoravam a realidade biológica dos organismo que procuravam enquadrar, servindo, sobretudo, propósitos utilitários. Pelo Contrário, os sistemas de classificação racionais utilizam como critério as características intrínsecas dos seres vivos. Considerados como sistemas de classificação artificiais, desde a Grécia Antiga até Lineu (séc. XVIII), por se basearem num reduzido número de características, estes sistemas foram aumentando o número de características utilizadas como critério de classificação, passando, por isso, a ser entendidos como sistemas de classificação naturais. As primeiras classificações naturais, características de um período compreendido entre Lineu e Darwin, refletem, sobretudo, afinidades morfológicas, não considerando as relações evolutivas dos organismos ao longo do tempo. Por este facto, designam-se por classificações horizontais. O período pós-darwiniano foi, sobretudo, caracterizado pelo aparecimento e desenvolvimento de sistemas de classificação filogenéticos. Estas classificações procuram exprimir relações evolutivas ente os grupos, mais do que afinidades morfológicas, fazendo-o sobretudo, através de árvores filogenéticas. Pelo facto de traduzirem o caráter dinâmico ao longo do tempo, associado ao processo evolutivo, estas classificações são consideradas classificações verticais 


Diversidade de critérios


  • Critérios Paleontológicos: 
    Os fósseis são muito importante nas árvores evolutivas, pois permite conhecer o ancestral comum. Permite conhecer grupos de seres vivos extintos e correlacioná-los com os que existem atualmente.

  • Critérios Morfológicos: 
    A morfologia pode ser muito diferente entre seres vivos da mesma espécie e ser semelhante entre seres vivos de espécies diferentes. 
    Quando na mesma espécie há morfologia diferente diz-se que a espécie apresenta polimorfismo.

  • Simetria Corporal: 
    Uns seres apresentam simetria bilateral, outros simetria radial e outros são assimétricos.
  • Nível de organização Estrutural: 
    Os seres vivos dividem-se em procariontes (ser que não tem núcleo individualizado nem estruturas endomembranares) e eucariontes (têm o núcleo individualizado e estruturas revestidas por membranas), unicelulares (seres constituídos apenas por uma célula) e multicelulares (seres constituídos por mais que uma célula), indiferenciados (os mais simples podem não ter tecidos, as células não se diferenciam) e diferenciados (os mais complexos, as células diferenciam-se e originam tecidos que se organizam em órgãos e que formam sistemas).

  • Critérios Etológicos: A etologia é o estudo dos comportamentos animais. Determinadas caraterísticas etológicas são úteis para a classificação dos animais.

  • Critérios Bioquímicos: Estão diretamente relacionados com a genética e com eles estabelecem-se relações de parentesco quando é analisado a sequência dos aminoácidos numa proteína ou nos nucleótidos no DNA mitocondrial, cromossómico ou RNA ribossómico.

  • Critérios da Cariologia: Consiste no estudo dos cariótipos dos seres vivos. O cariótipo representa o número de cromossomas que uma célula somática tem.

  • Critérios da Embriologia: É um critério muito importante e consiste no estudo embrionário dos seres vivos, mas à medida que o embrião se desenvolve as semelhanças diminuem.

  • Tipos de Nutrição:
Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/



Taxonomia e Nomenclatura

Atualmente, as classificações dos seres vivos ainda manifestam a influência dos trabalhos de Lineu. O sistema de classificação de Lineu apresenta duas características principais: a hierarquia das categorias taxonómicas e a nomenclatura binominal para as espécies.
Lineu agrupou os seres vivos em dois grandes reinos, Plantas e Animais, e subdividiu-os em categorias de amplitude progressivamente menor. Essas categorias designam-se categorias taxonómicas ou taxa.  Os taxa organizam-se segundo uma hierarquia:



Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade8.2.html

Foi também Lineu quem desenvolveu um sistema para dar nome às categorias taxonómicas, tendo estabelecido regras de nomenclatura que ainda hoje se aplicam.

Regras de nomenclatura:
  1. O nome da espécie é binominal, escrito em latim; o primeiro nome indica o Género e o segundo é o restritivo específico ou epíteto específico e escreve-se com inicial minúscula. 
  2. O nome do género é uninominal; é o primeiro nome da designação específica; escreve-se em latim, e com inicial maiúscula;
  3. Os nomes são escritos em itálico e quando manuscritos são sublinhados.
  4. Também pode constar o nome do sistemata que identificou a espécie, seguido do ano em que foi feita a identificação.
  5. A Família termina em – aceae nas plantas e – idae nos animais.




Sistema de Classificação de Whittaker Modificado

Robert Whittaker propôs, em 1969, um sistema de classificação em 5 reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. Este sistema de classificação é baseado, principalmente, nos seguintes critérios:
- nível de organização celular;
- modos de nutrição;
- interações nos ecossistemas.

Em 1979, Whittaker modificou o seu sistema de classificação, passando a incluir no Reino Protista alguns organismos anteriormente incluídos nos Reinos Plantae e Fungi.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/


Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/

Unidade 7 - Evolução Biológica

Unicelularidade e Multicelulariedade


Origem das células eucarióticas

Os fósseis mais antigos que se conhecem pertencem a organismos procariontes, pelo que se supõe que os eucariontes terão evoluído a partir de um ancestral procarionte que acumulou, gradualmente, uma maior complexidade 
estrutural.
Na procura desta resposta existem vários modelos explicativos que lançam hipóteses para explicar o aparecimento dos seres eucariontes a partir dos procariontes.



- Modelo Autogenético
Segundo o modelo autogenético, algumas células procarióticas ter-se-iam tornado progressivamente mais complexas. Prolongamentos da membrana citoplasmática deslocaram-se para o interior do citoplasma, originando compartimentos, separados do resto do citoplasma, que viriam a constituir os organelos celulares. Como resultado dessa compartimentação, foi possível as células fazer uma divisão interna das suas funções. Os defensores deste modelo sugerem que o primeiro compartimento a surgir dentro da célula foi o invólucro nuclear. Como resultado do aumento do número de organelos celulares, estas células sofreram um aumento de tamanho muito acentuado.

Argumentos a favor:
-Continuidade física e semelhança estrutural entre as membranas celulares internas e externa.  

Argumentos contra:
-Este modelo não teve grande aceitação pela comunidade científica pois não esclarece a especialização das membranas invaginadas, nomeadamente as mitocôndrias e cloroplastos. Era de esperar que as mitocôndrias e os cloroplastos que resultaram da invaginação tivessem o DNA semelhante ao do núcleo e isso não acontece.


Fonte: http://ciencias2-condemonsaraz.blogspot.pt/2010/11/modelo-autogenico.html

- Modelo Endossimbiótico
Segundo a hipótese endossimbiótica, células procarióticas de vida livre foram endocitadas por procariontes de maiores dimensões, com quem estabeleceram uma relação de endossimbiose (benefício mútuo).
• As mitocôndrias atuais evoluíram a partir de procariontes de vida livre endocitados, com capacidade de realizar a respiração aeróbia.

• Os cloroplastos atuais evoluíram a partir de procariontes de vida livre endocitados, com capacidade de realizar a fotossíntese.

Argumentos a favor:
-As mitocôndrias e os cloroplastos possuem o seu próprio DNA (uma moléucla circular semelhante ao DNA procariótico).
-Tantos os cloroplastos como as mitocôndrias dividem-se por bipartição, de forma independente do resto da célula eucariótica.
-Ambos os organelos possuem ribossomas idênticos aos que existem nos seres procarióticos atuais.

Argumentos contra:
-Não explica a origem do núcleo e dos restantes organitos endomembranares. 


Fonte: https://www.flickr.com/photos/42698311@N04/4121341017/

Comparando os dois modelos:


Fonte: http://universo-de-vida.blogspot.pt/2010/01/modelo-autogenico-vs-modelo.html


Origem da multicelularidade

As membranas internas das células eucarióticas permitiram, até certo ponto, contornar o problema da falta de superfície em relação ao volume da célula. Contudo, a logística necessária para levar a cabo o metabolismo celular limita o tamanho da célula, que não pode aumentar indefinidamente. O desenvolvimento de uma maior complexidade estrutural e metabólica foi conseguida através do desenvolvimento de organismos multicelulares. A cooperação e a divisão de tarefas torna possível a exploração de recursos que uma só célula não pode utilizar.

O primeiro passo na evolução para os organismos multicelulares terá sido a associação de organismos unicelulares em colónias.

Nalguns tipos de associação colonial relativamente simples, as células, após a divisão, mantêm-se unidas por uma matriz e são morfológica e fisiologicamente equivalentes, podendo, cada uma delas, dar origem a uma nova colónia. Em associações coloniais mais complexas, e envolvendo maior número de células, verifica-se comunicação entre as células, coordenação das atividades celulares, especialização de células e divisão de tarefas.

A especialização e a cooperação permitem que as células se combinem, formando um organismo com mais capacidade do que cada uma das suas partes constituintes.

O aparecimento da multicelularidade permitiu uma série de tendências evolutivas que acabaram por  conferir vantagens aos respetivos organismos:

  • A diferenciação celular, com a consequente especialização no desempenho de determinadas funções, conduziu a uma diminuição da taxa metabólica e a uma utilização mais eficaz da energia.
  • O aparecimento de seres já de maiores dimensões conduziu a:
    - uma maior diversidade de formas, o que permitiu uma melhor adaptação aos diferentes ambientes;
    - um aumento de complexidade e interação  entre os sistemas de órgãos, o que permitiu uma maior autonomia do meio interno em relação ao meio externo, e um maior equilíbrio (homeostasia) face às flutuações do meio externo.

A origem dos eucariontes e a evolução da multicelularidade estiveram na origem de uma explosão da diversidade biológica.

Mecanismos de evolução

Existem duas grandes correntes para explicar a origem e diversidade das espécies, o Fixismo e Evolucionismo.

O Fixismo considera que as diferentes espécies de seres vivos são permanentes, perfeitas e imutáveis e que foram originadas independentemente de uma das outras.

O Evolucionismo defende que os seres vivos que existem, atualmente, na Terra são o resultado da modificação de seres vivos que existiram no passado. As espécies de seres vivos relacionam-se umas com as outras e alteram-se ao longo do tempo.

Teorias fixistas

Geração Espontânea

Os seres vivos eram criados a partir da matéria inanimada e que um princípio ativo a transformaria em viva. (Aristóteles - 384 a 322 a.C.)

Criacionismo
Os seres vivos foram criados por uma entidade divina , numa só vez, referido na Bíblia.

Catatrofismo
Os seres vivos eram destruídos por catástrofes naturais, havendo de seguida um novo povoamento. (Cuvier 1769 a 1832)


Teorias evolucionistas


- Lamarckismo

Até ao fim do século XVIII, a ideia de evolução havia sido sugerida por vários naturalistas, mas foi Lamarck o primeiro a desenvolver uma teoria de evolução coerente. Na sua teoria, Lamarck salientou a influência da adaptação ao ambiente sobre a evolução. A teoria da evolução de Lamarck ficou conhecida por Lamarckismo. Lamarck baseou a sua teoria em duas ideias fundamentais:

  • Lei do uso e do desuso - os seres vivos ao tentarem adaptar-se às alterações do meio usavam ou não, determinado órgão, desenvolvendo-o ou atrofiando-o. Deste modo iam adquirindo características novas.
  • Lei da herança das características adquiridas - as características adquiridas quer pelo uso, quer pelo não uso das estruturas eram transmitidas aos descendentes e deste modo as espécies iam-se modificando.

Fonte: http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/48308702/Confronto%20entre%20lamarkismo%20e%20darwinismo


A teoria de Lamarck, apesar de chamar a atenção para o fenómeno de adaptação ao ambiente, é contestada, pois se é certo que o uso desenvolve estruturas - lei do uso - , já não é plausível dizer-se que a descendência herdará essas estruturas com esse grau de desenvolvimento - lei da herança das características adquiridas. Hoje, sabe-se que as alterações que se transmitem à descendência são apenas aquelas que decorrem de modificações ao nível do material genético dos gâmetas e não as que são provocadas pelo uso ou desuso de certos órgãos ou estruturas.


- Darwinismo
Charles Darwin e Alfred Russel Wallace desenvolveram, paralelamente, uma teoria evolucionista baseada no efeito da seleção natural sobre as diferentes características dos seres vivos, que permitem a sua adaptação ao ambiente.

Os dois aspetos principais da teoria de Darwin são os seguintes:

  • As diversas formas de vida surgiram a partir de espécies ancestrais por modificações na descendência.
  • O mecanismo de modificação é a seleção natural, atuando ao longo de grandes períodos de tempo.
A teoria de Darwin pode ser resumida no seguinte raciocínio:
  • Todas as espécies apresentam, dentro de uma dada população, indivíduos com pequenas variações nas suas características.
  • Uma vez que as espécies originam mais descendentes do que aqueles que podem sobreviver, os descendentes que possuem variações vantajosas, relativamente ao meio em que se encontram, têm maior taxa de sobrevivência. Nesta luta pela sobrevivência são eliminados os indivíduos que possuem variações desfavoráveis (sobrevivência diferencial).
  • Através deste mecanismo de seleção natural, o ambiente condiciona a sobrevivência dos diferentes indivíduos da população. Os indivíduos portadores de variações favoráveis sobrevivem, transmitindo as suas características à descendência (reprodução diferencial).
  • A seleção natural, atuando ao longo de muitas gerações, conduz à acumulação de características que, no seu conjunto, poderão vir a originar novas espécies.
Fonte:http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/48308702/Confronto%20entre%20lamarkismo%20e%20darwinismo

A principal crítica ao darwinismo assenta no facto de nunca ter explicado a causa das variações nos indivíduos de uma população.


Argumentos a favor do evolucionismo

(...)


- Neodarwinismo

O neodarwinismo, baseando-se sobretudo em argumentos genéticos, esclarece que a origem da variabilidade existente entre os seres vivos é fruto de vários fenómenos intrínsecos à reprodução sexuada e de alterações de material genético. Através da recombinação genética, da fecundação e das mutações surgem novas combinações de genes que conduzem a uma maior diversidade fenotípica sobre a qual o ambiente atua de forma seletiva.




Processos que contribuem para a evolução das espécies:

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade7darwin.html



Críticas ao Neodarwinismo

A grande crítica a esta corrente prende-se pelo facto de existirem lacunas no registo fóssil que divergem da ideia de Darwin e seguidores que a evolução se dá de forma lenta e gradual. O registo fóssil sugere que há momentos na história de Terra que ocorreu grande diversificação de seres vivos intercalados por momentos mais calmos. Os registos fósseis sugerem que a grande diversificação ocorre de seguida a uma extinção em massa.