terça-feira, 10 de março de 2015

TEMA IV - Geologia, Problemas e Materiais do Quotidiano


Unidade 1 - Ocupação antrópica e problemas de ordenamento

As bacias hidrográficas, as zonas costeiras e as zonas de vertente constituem situações de risco geológico, nas quais uma intervenção qualificada e a adoção de medidas eficazes de ordenamento  do território podem contribuir para prevenir acidentes e reduzir perdas materiais e humanas.
O ordenamento do território é entendido como o conjunto de processos integrados de organização do espaço biofísico, tendo como objetivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as capacidades do referido espaço.


Bacias hidrográficas


A bacia hidrográfica é um área de território drenada por uma rede hidrográfica, por sua vez a rede hidrográfica é o conjunto hierárquico  de todos os cursos de água (regatos, ribeiros, ribeira e rio) que se ligam a um rio principal. Os cursos de água estão organizados hierarquicamente em que os de menor dimensão escoam a água para os de maior dimensão, por ação da gravidade, até desaguarem no mar.

Os rios são cursos de água superficiais e largos que podem desaguar noutro rio, num lago ou no mar.
O leito do rio é o espaço que ocupam as águas do rio.

- Leito ordinário: canal fluvial que habitualmente vemos quando observamos o rio.
- Leito de cheia: espaço ocupado pelas águas em época de cheias, quando a pluviosidade é muito abundante.
- Leito de seca: zona ocupada pelas águas, quando a quantidade destas diminui, por exemplo durante o Verão. 

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.1.html

A atividade geológica de um rio compreende
: a 
erosão, o transporte e a deposição de sedimentos. A ação erosiva é maior junto à nascente, onde os desníveis são maiores e o fluxo de água é maior. O transporte ocorre ao longo de todo o perfil longitudinal. A deposição acontece em maior escala em troços de menor energia das águas normalmente junto à foz.

Com a evolução do rio, este tende a ter um perfil longitudinal que tende para a regularização, diminuindo o declive e alargando as margens. Junto à nascente (MONTANTE), os vales são mais fechados e à medida que se desloca para a foz (JUSANTE), as margens são mais largas e mais aplanadas e os vales mais abertos. Os rios mais recentes têm vales encaixados e os mais antigos os vales são mais largos.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.1.html


Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.1.html

Cheias

As cheias são fenómenos naturais provocados por precipitação intensa de curta duração, por precipitação muito prolongada ou por fusão de gelo.
Durante uma cheia, o excesso de água faz aumentar o caudal dos rios e provoca o extravasamento das águas e a inundação das margens.
As cheias têm um grande impacto, quando há ocupação antrópica do leito de cheia.
A prevenção de danos materiais e humanos causados pelas cheias pode ser conseguida através das seguintes medidas:
- regulamentação da construção em leitos de cheia e da sua ocupação por outras atividades humanas;
- adoção de sistemas de regularização dos cursos de água, como a construção de barragens e de canalizações.


Barragens


Vantagens:

  • A geração de eletricidade;
  • Algum controle de algumas inundações;
  • Fornecimento de água potável/irrigação de campos agrícolas;
  • Recreação náutica/turismo.

Desvantagens:
  • A destruição de florestas e habitats selvagens que levam ao desaparecimento de espécies;
  • A degradação das áreas a montante, devido à inundação da área do reservatório;
  • A possibilidade de redução da biodiversidade aquática
  • Eliminação da vegetação nativa;
  • Alteração da fauna e flora regionais;
  • Problemas na saúde pública;
  • Alterações climatéricas;
  • Inundações por assoreamento dos rios.


Zonas Costeiras

As zonas costeiras são caracterizadas pela intensa ação da água do mar sobre o litoral, resultante do movimento da água devido às marés, movimento das ondas e correntes marinhas.Na vida da Terra, o nosso litoral já assistiu a várias subidas e descidas do nível do mar, alternância de: regressões, períodos glaciares e interglaciares o que faz com que o nível da água do mar desçatransgressões, períodos de fusão das grandes massas de gelo, o que faz com que o nível da água do mar suba, são responsáveis por estas alterações.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.2.html




Praia

Zonas baixas onde ocorre a acumulação de sedimentos, de dimensões variadas, a grande maioria dos quais de origem fluvial.

A maioria das praias é constituída por:
- Falésias ou arribas;
- Plataformas de abrasão marinha;
- Ocorre sedimentação das areias, junto ao mar.



Arribas

Costas altas e escarpadas, constituídas por material rochoso  consolidado e com escassa cobertura vegetal.

Praia de São Julião - Arriba fóssil
Fonte: 
http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.2.html


Plataforma de Abrasão


Superfícies relativamente planas e próximas do nível do mar onde se encontram sedimentos de grandes dimensões que resultam do desmoronamento das arribas.


 Plataforma de abrasão marinha (modelado cársico- campo de lapiás ) - zona do litoral de cascais - Guincho
Fonte: 
http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/geologia1.2.html


Sedimentação das Areias

Ocorre mais junto ao mar e estas areias são trazidas essencialmente pela ação das marés.



Erosão costeira

Em Portugal, a linha da costa está a recuar em praticamente toda a sua extensão, ameaçando construções, colocando em risco a vida e os bens das populações e provocando desequilíbrios nos ecossistemas.


Causas

  • Libertação de dióxido de carbono da queima de combustíveis fósseis;
  • Desflorestação;
  • Incêndios que emitem grande quantidades de gases para a atmosfera e provocam o efeito de estufa;
  • Ocupação da zona do litoral com construções e estruturas de lazer que interferem no equilíbrio natural da distribuição de sedimentos ao litoral;
  • Barragens que aprisionam uma série de sedimentos nas suas albufeiras, sedimentos esses que deveriam ser depois encaminhados para as várias praias e que diminuiriam o efeito da erosão no litoral;
  • Destruição das dunas da praia quer pelo piso contínuo quer pela destruição das espécies vegetais que "consolidam", barreiras naturais que evitam a aceleração da erosão no litoral; 
  • Construção desenfreada junto à costa;
  • Exploração de matérias primas para a construção.

Para diminuir os estragos provocados pela natureza mas principalmente pelo Homem, têm surgido construções, supostamente protetoras das investidas do mar
:
  • Esporões - servem para reter areias e evitar erosão costeira;
  • Molhes - servem para proteger portos de abrigo, para manter a barra navegável;
  • Enrocamentos - estruturas em pedra sobre pedra que protegem as praias longitudinalmente (como se fossem paredes).


Zonas de vertente


As zonas de vertente são locais de declive acentuado onde os fenómenos de erosão são particularmente intensos. Nestas zonas, existe um risco elevado de movimentos de massa que são deslocamentos bruscos de uma grande massa de materiais sólidos em terrenos inclinados.
Numa vertente, atuam duas forças opostas: a gravidade e o atrito. Quando a força da gravidade "vence" o atrito, estão criadas as condições para a ocorrência de movimentos de massa.

Existem dois fatores que são responsáveis por este movimento de massa:



  • Os fatores condicionantes que correspondem a condições permanentes e fortemente condicionados pela ação da gravidade;


  •  Os fatores desencadeantes que resultam de uma alteração brusca nas condições da vertente.


Fatores Antrópicos
A ação humana também favorece a ocorrência de movimentos de massa nas seguintes situações:
  • destruição da cobertura vegetal dos terrenos, com consequente aumento da erosão do solo;
  • remoção, não controlada, de terrenos para urbanização ou abertura de estradas;
  • saturação dos terrenos por excesso de irrigação.

Medidas Preventivas


A prevenção dos movimentos de massa pode fazer-se através das seguintes medidas:
  • elaboração de cartas de ordenamento do território, com definição de áreas apropriadas para diferentes atividades humanas;
  • elaboração de cartas de risco geológico;
  • remoção ou contenção dos materiais geológicos que possam constituir perigo. A contenção pode ser feita através de muros de suporte (com ou sem drenagem de águas), de redes e de pregagens.

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